quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cia Amor Armado

cia amor armado
apresenta seu
manifesto em formas de notas


Podem me prender
Podem me bater
Podem, até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião”.
Zé Ketti


Prólogo-moderno

Caminhávamos pelas ruas da cidade, não lembro se era uma rua do Bairro na Zona Sul ou em alguma rua central. Um homem socialista de verdade, ao menos é o que dizem, me abordou e sentenciou: “Sua arte é despolitizada”. Imediatamente respondi: “não sou político, sou artista”.

Um companheiro foi ao teatro, havia se passado uma semana do encontro já relatado, acabou ouvindo uns cochichos entre os artistas locais: “aquele é um dos que fazem panfletos como se fosse arte”. O compa, sem pensar duas vezes, gritou: “somos políticos radicais guiados por Travis Bickle rumo à Comuna de Paris”. As pessoas ao redor ficaram sem entender, enquanto os artistas locais tremeram de medo.

Pós-prólogo

Somos vítimas de uma intervenção artísticas dos pós-modernos, ficamos sem entender o ato, quem sabe sejamos demasiadamente apaixonados filhos da classe trabalhadora moderna.


*notas da Cia Amor Armado*


a)
o amor está armado para transformar as ruas.


b)
o ato de iniciar nossas frases com letras minúsculas é fruto da nossa pequenez.


c)
os dicionários têm a mania de registrar uma companhia como subdivisão de batalhão comandada por capitão. Talvez tenha razão em nosso caso, porém, somos comandados por capitão coletivo, gerido por histórias de vidas e histórias de idéias e histórias de práticas de pessoas reais e de ficções.

d)
o nosso lugar é a cidade, por isso somos produtos e produtores-as de uma cultura urbana dissidente.

e)
a pessoa que pergunta dá margem para as transformações sociais.

f)
objetivamos politizar a arte.

g)
objetivamos a política radical.

h)
os dias dos políticos estão contados.

i)
os dias dos artistas estão rumo ao fim.

j)
o amor está armado.

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