De frente aos meus olhos estava um roteiro cinematográfico. Não era possível saber se era película ou digital, ainda não havia sido filmado. A verba estava em processo de captação. Em mim, ali postado entre atores e atrizes de uma história real, a sensação de que estava num cenário da primeira cena do roteiro era evidente.
O tempo é o presente.
A primeira cena acontecia entre a ampla sala e a cozinha de uma casa que foi construída por uma família de imigrantes, lá do começo do século XX. No ambiente estão celebrando a união civil entre dois homens; amigos, amigas, brasileiros e estrangeiros, familiares, brasileiros e estrangeiros. A música, a ternura estampada no momento de alegria entre os presentes, as crianças em estado de graça com o delicioso bolo de chocolate, socializado em segundos.
O homem mais velho chega à parte externa da casa. Ao redor estão os que eram jovens nos anos oitenta.
O tempo é a nostalgia.
O homem mais velho passa a narrar sobre suas andanças políticas. A nostalgia era o fim da ditadura militar, era o começo de uma nova época, de esperança na fala do homem mais velho. Em sinal de respeito, todos escutam. Em mim, as palavras estavam internalizadas, alimentando o romantismo necessário para cada dia.
O tempo é o passado.
Todos estão em cena, respectivamente vinte e cinco ou trinta anos mais jovens. O cenário é uma festa de aniversário do Padre da comunidade, ali estão todos felizes, mesmo com tempos preocupantes de fim da ditadura militar, a ameaça de morte destinada ao Padre ainda ecoava na memória coletiva, ao mesmo tempo as intimidações dos policiais que saudavam a repressão política. O ambiente é de festa, nos segredos das entrelinhas o receio pairava sob todos os corações presentes.
Daqui por adiante o filme passa a narrar fragmentos da história da comunidade, sem nenhuma ligação aparente, como se cada história fosse um conto, cuja ligação está feita por personagens, os lugares e a atmosfera político-espiritual.
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Continua... (A obra não está concluída, aguarda captação de recurso.)
Um comentário:
Olá Maikon. Um conhecido falou-me sobre ua pesquisa no bairro Floresta, aqui em Joinville. Meu nome é Tabita M. sou estudante de Letras na Univille, e preciso fazer um documentario sobre nomes de ruas originado do indígena. Pesquisando por bairros, o Floresta possue maior incidência e gostaria muito da sua ajuda para esse documentário. Meu e-mail é tabitamaier@hotmail.com . A propósito, parabéns pelo blog, suas histórias são demais!
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