As conversas giraram em torno de conceitos: questões étnicas, afro-descedentes, práticas culturais compartilhadas por pessoas de diferentes matrizes culturais; as influências da música negra do samba ao rock; a presença do racismo na sociedade brasileira.
O ponto mais pertinente do debate foi envolvendo a prática comum entre os teutos-brasileiros locais, onde se tem a ocorrência de entender somente os membros do seu grupo como portadores de uma “origem”. Após o término de cada aula, a sensação que o debate estava ocorrendo no lugar certo, na hora certa e com a visão de mundo necessária para mediar o debate e apresentar conceitos da história e da sociedade do tempo presente.
Ao escrever o último parágrafo, percebo a importância da promoção de debates sobre o tema, mesmo na cidade em que as leis são determinadas pelo mercado e por fortes traços preconceituosos as diferenças culturais, tanto nos que são os dominadores, aos que se colocam como dominados, como alguns de meus “companheiros de classe”.
Em uma semana ouvi relatos que relacionavam a história e a miséria da população negra no tempo presente. Em uma semana senti as inquietações nos corpos de adolescentes da sétima série. Em uma semana vi os olhos com lágrimas ao perceberem um mundo tão desigual. Em uma semana senti que ainda existem possibilidades de mudanças.
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Os acontecimentos relatados ocorreram na presente semana. Momento em que a cultura política, musical, literária e a teatral perdeu duas referências:
Abdias do Nascimento morreu aos 97 anos, no dia 23 de maio de 2011. Uma referência na história da luta política do povo negro, tanto no Brasil e no mundo.
Gil Scott-Heron morreu aos 62 anos, no dia 27 de maio de 2011. Artista da música e da literatura. No final dos anos de 1960, fez das palavras escritas e cantadas um meio para interpretar as realidades vivenciada pela população negra nos Bairros de New York.
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