Num dia desses tirei um tempinho para conversar com uma psicóloga, um papo não profissional, tinha certo caráter afetivo encontrado em relações de amizade. Fato que muda as questões subjetivas do papo.
Na conversa falávamos das dificuldades das pessoas entenderem as verdades individuais, aquelas cotidianas.
Serei mais objetivo: estou de saco cheio de lidar com os preconceitos identificados na minha vivência profissional. É difícil, posso afirmar que é a parte mais triste.
As situações provocam pensamentos de uma possível desistência. Largar mão da minha escolha profissional. Sim, ser educador foi uma escolha pensada, calculada. Ao contrário de um número significativo de professores, não acabei na licenciatura por ter “falhado” na tentativa de ser engenheiro, ou médico, ou administrador.
É triste viver no contexto em que um homem não pode assumir publicamente que parte das suas manhãs de sábado são dedicadas aos serviços domésticos, ou de que toda noite caminha com Alfredo, ou que partilha de amor por seus amigos gays e suas amigas lésbicas.
Ao perceber que sou educador, não professor, aquela figura que encara a sala de aula da mesma maneira que aperto o parafuso da porta do apartamento nas manhãs de sábado. É o momento que largo a mão de desistir.
Um comentário:
Não desista amigo...
Ninguém falou também que iria ser fácil.
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