domingo, 22 de maio de 2011

Mimado pra cacete.

Eu faço por merecer a fama de mimado. Não vou partilhar de hipocrisia em relação ao tema, sou mimado e ponto final. Afinal de contas, o que esperar de um homem que foi criado pela avó, pela tia e pela mãe? O que esperar de uma figura que cortou o cordão umbilical aos 30 anos de idade? Depois de não deixar uma única dúvida do quanto sou mimado, vou narrar algo sobre o mimo em mim.

O meu corpo dominado pela gripe é o meu estágio avançado no estado do mimo. Fico insuportável com todas as pessoas, fico manhoso. Nem posso tocar na louça para lavar na pia, posso me transformar num doente em estado terminal. Se alguém olhar pra mim, já estou preparado com uma afiada faca para apunhalar pelas costas. Devoro todos os pacotes de bolachas, viro uma criança morta da fome perdida num supermercado.

Procuro um livro já lido, como o “Caras dessas idade já não lêem manuais”, de Leonardo Panço. Olhos as letras distribuídas de maneira coloquial nas páginas, quero jogar o livro pela janela do banheiro. Resolvo procurar uma citação no “Reflexos do Baile”, do Antonio Callado, nada encontro. Penso que um dia vou morrer por nunca anotar as possíveis citações que futuramente terão uma utilidade. Vou até o James Ellroy, solto um dicionário Aurélio de palavrões ao autor. Como contar da morte da sua mãe daquela maneira? Tento ler, não rola.

A saída é abrir um pacote de bolacha Prestígio, abrir um arquivo de texto e redigir quatros parágrafos contra o homem mimado que sou. Deixando os possíveis leitores com raiva de mim, por chegar ao final do quarto parágrafo e perceber que esse texto é mais uma típica crônica sem conteúdo, tão comum aos jornais diários.

Um comentário:

Cibele disse...

mas muito sincero, e por isso, uma crônica boa de eler.

me deixou com vontade de comer bolacha, e com a vontade de não imaginar como vc escreveu isso, já que queria jogar o livro pela janela do BANHEIRO hahahahahaha

melhoras!!!