terça-feira, 28 de junho de 2011

Problemas com endereço eletrônico

Gente,

A minha conta do Yahoo (maikon_duarte) está com problemas. Eu tenho encontrado dificuldades técnicas para acessar a conta. Inclusive com sites de redes sociais que utilizo a conta do Yahoo. Aos pouco estou migrando para a conta maikon.jean.duarte@gmail.com

Solicito que essa conta seja posta na sua agenda eletrônica.

Se vc é moderador de alguma lista, coloquei o meu novo endereço na lista: maikon.jean.duarte@gmail.com

Desculpe todo o pepino.

Abraço

Maikon K

Impasse

Sou um bosta por divulgar um evento que minha ausência é certa. Parece que sou um comentador das lutas sociais. Até que tenho uma boa justificativa, pois vou participar de mais uma tentativa de levar a frente um Grupo de Teatro cuja perspectiva tem relação com os movimentos sociais.

Todas as informações estão no cartaz.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A greve no setor da educação

Eu sou professor de história e não estou em greve ao lado dos professores da Rede do Estado de Educação de Santa Catarina. A minha ausência na greve ocorre por não ser um professor da rede pública, mas da rede privada, porém, é um fato que não excluí a possibilidade de solidariedade com os professores em greve.

Faço a constatação não como uma experiência teórica do problema da educação no Estado de Santa Catarina. É uma experiência prática de 8 meses atuando como professor de história do Centro de Educação de Jovens e Adultos e em estágio no Colégio Senador Rodrigo Lobo, ambas em Joinville. No percurso, experimentei o suficiente para firmar uma posição pública sobre a questão.

Encontrei estruturas físicas dos espaços formais de educação abandonados, cujos problemas elétricos colocavam em risco as vidas dos profissionais da educação quanto dos educandos.

As bibliotecas escolares faltavam profissionais especializados. O acervo composto por doações individuais de moradores da comunidade que a Escola está inserida, ou da iniciativa privada, esta faz as doações de acordo com os seus interesses ideológicos, de certo modo, à educação pública ganha, paulatinamente, a dinâmica da iniciativa privada.

As direções escolares são cargos políticos. Onde habitualmente ocorrem os mandos das ordens políticas partidárias estabelecidas em acordos sem participação direta dos reais interessados, a população. Assim, professores que aceitam o autoritarismo político partidário passam atuar como agentes contra a educação de fato pública. Onde, em vários casos, se torna comum a ruptura com os parâmetros curriculares e conceituais toscamente construídos coletivamente.

A luta dos trabalhadores na educação estadual é pelo Piso Salarial, que liga diretamente as outras demandas. Questão que não descaracteriza a reivindicação, pelo contrário, demonstra a amplitude na trajetória do fazer a educação.

É o dever de cada um demonstrar a solidariedade. Pois, como ensinaram os Wobblies (apelido dado aos filiados ao IWW – Trabalhadores Industriais do Mundo), a luta contra exploração dos trabalhadores é um dever de todos os trabalhadores, já que a lógica do trabalho está condicionado a maioria ao sofrimento, ao desgaste e a exploração do coletivo, enquanto a ordem das coisas funciona em nome dos interesses individuais e dos Partidos Políticos no comando.

domingo, 19 de junho de 2011

Amor e Revolução

O caderno “Ilustrada”, da Folha de São Paulo, no dia 01 de Junho de 2011, publicou duas pequenas notas sobre a novela do SBT “Amor e Revolução”. A novela em questão utiliza da história do tempo presente, a ditadura civil-militar. Eu não vou comentar sobre a novela, pois assisti poucos episódios e tive o sentimento de vergonha alheia. As duas notas da Folha comentavam sobre uma pesquisa de opinião sobre “Amor e Revolução”, que apontou uma estranheza da população pela novela tratar os militares como vilões, enquanto os comunistas são vistos como heróis.

O que chamou a minha atenção é o fato que a nota comprova o quanto a história recente do país é abordada de um ponto de vista claro, bem definido: O golpe civil-militar de 1964 foi uma revolução redentora, que serviu para manter a “ordem” e “paz”, cujos todos os meios aplicados estavam pautados na justiça. Ou seja, A história ensinada ignora a violência do Estado Brasileiro, assim como aplicada pelos grupos armados contrários ao regime, tinham um contexto, que o presente precisa compreender o passado, mais do que separar em vilões e heróis.

O passado recente, precisa ser observado e interpretado com bases sólidas, não faço referência somente à dinâmica acadêmica, como aponta Beatriz Sarlo e os seus seguidores, mas como uma base interpretativa baseada nos direitos humanos. Quem sabe, seja aí um caminho para o passado não se torne uma manifestação de ódio no tempo presente.

Passport: para cada fronteira urbana

A peça Passport ocorre com força. Ainda temos as seguintes apresentações: 18, 19, 23, 24, 25 e 26 de junho de 2011, às 20h, PRAÇA DA BANDEIRA, CENTRO DE JOINVILLE-SC

Reproduzo o meu texto que está no programa da peça.

Passport: para cada fronteira urbana

No dia 18 de março de 2010, os jornais noticiaram a “Operação de Guerra”, era é contenção do tráfico de drogas no centro de Joinville. Ao reproduzirem a fala do major, responsável pela operação, veio a público o que era feito e não dito na mídia local:

Abordem qualquer pessoa que esteja desocupada, incluindo prostitutas e travestis. Se continuarem pelas ruas, abordem novamente. Façam isso dez vezes se for preciso

A guerra utilizava do discurso antidrogas para a limpeza social. Neste caso, o major sentenciou uma prática culturalmente aceita. Que não será mais permitida a circulação de pessoas desocupadas, inclusive, mulheres ou travestis em condição de prostituição. O lixo precisava ser retirado dos olhos do público, a higienização das ruas centrais. As fronteiras, paulatinamente, não já eram mais invisíveis.

Para as mulheres e travestis em condição de prostituição não existem passport. Aos desempregados, que podem entrar no contexto de desocupado, o passport é somente a carteira assinada. Aos moradores das periferias da cidade da “ordem”, da “paz social” e do “trabalho, o passport é ter R$ 2,55 para sair do Bairro e outros R$ 2,55 para voltar à sua casa. Ao adolescente negro que circula nas ruas do bairro “de origem”, só permitido se for numa viatura policial. Para garoto pobre e gay demonstrar sua afetividade é preciso estar na escuridão de quatro paredes do seu quarto, jamais numa danceteria do centro, ou da periferia. As fronteiras na cidade estão postas por critérios de poder do capital e das culturas dominantes.

A cidade torce pela Rua das Palmeiras voltar a ser um cartão postal. Vibra com a possibilidade de utilizar os direitos constitucionais na Praça da Bandeira, é a alegria por torna-se possível, prazerosa ao exercer civismo pátrio. Sorri por não ter o “bom bairro” invadido por figuras das periferias e, sem precisar esconder a demonstração da afetividade heterossexual.

sábado, 11 de junho de 2011

O possível impeachment do prefeito Carlito Mers (do PT)

No livro “Incidente em Antares”, do escritor gaúcho Erico Verissimo, encontrei o seguinte trecho:

“...um boato é uma espécie de enjeitadinho que aparece à soleira duma porta, num canto de muro ou mesmo no meio duma rua ou duma calçada, ali abandonado não se sabe por quem; em suma, um recém-nascido de genitores ignorados. Um popular acha-o engraçadinho ou monstruoso, toma-o nos braços, nina-o, passa-o depois ao primeiro conhecido que encontra, o qual por sua entrega o inocente ao cuidado de outro ou outros, e assim o bastardinho vai sendo amamentado de seio em seio ou, melhor, de imaginação em imaginação. E em poucos minutos cresce, fica adulto – tão substancial e dramático é o leite da fantasia popular -, começa a caminhar pelas próprias pernas, a falar com própria voz e, perdida a inocência, a pensar com a própria cabeça desvairada, e há um momento em que se transforma num gigante,maior que os mais altos edifícios da cidade, causando temores e às vezes até pânico entre a população, apavorando até mesmo aquele que inadvertidamente gerou.”

Não é um ataque ao jeito petista de governar a cidade de Joinville, menos ainda uma defesa. É apenas uma observação encontrada em plena leitura de sábado a tarde.

sábado, 4 de junho de 2011

A inversão do peleguismo momentâneo

No momento final da minha passagem de estudante de história para professor de história, fui obrigado a fazer um juramento da área da História. A situação foi um tanto estranha. Na ocasião veio à memória um juramento feito, quando tinha 11 anos e era escoteiro. O juramento da minha época de moleque falava sobre disciplina e respeitar as autoridades. Espero não ter levado muito a sério aquele juramento. Já o juramento da área da história foi interessante. Um típico discurso de valorização dos direitos constitucionais, ética e outras coisinhas. De certa maneira, agora de acordo com os meus princípios político-ideológicos, o juramento era no mínimo “peleguismo” momentâneo.

Lembro disso tudo porque esses tempos, declarações de professores de história sobre a prisão de Batistti causaram um pavor, trazendo a lembrança o juramento da área da história. As referidas declarações de professores de história levantavam bandeiras favoráveis à extradição do preso político italiano Cesare Battisti. Os argumentos de uma tosquice sem dó, como “matou tem que pagar” ou “A Itália tem democracia, não era preciso a luta armada”. Falas soltas e irresponsáveis para os-as atuadores-as da área da história. Nem fazia uso de verborragias sociológicas retiradas da orelha de algum livro clássico. Era um típico lixo escrito por leitor da Revista Veja. Sabe, no mesmo momento, jogavam fora o juramento da área de história, invertiam o peleguismo momentâneo por uma opção declaradamente política conservadora e contrária aos princípios básicos e fundamentais dos direitos humanos.


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Diário de classe - X

Um fragmento para hoje :

Dia após dia naga-se às crianças o direito de ser crianças. Os fatos, que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana. O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para se acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo. E os do meio, os que não são ricos nem pobres, conserva-os atados à mesa do televisor, para que aceitem desde cedo, como destino, a vida prisioneira. Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças.

Eduardo Galeano