O caderno “Ilustrada”, da Folha de São Paulo, no dia 01 de Junho de 2011, publicou duas pequenas notas sobre a novela do SBT “Amor e Revolução”. A novela em questão utiliza da história do tempo presente, a ditadura civil-militar. Eu não vou comentar sobre a novela, pois assisti poucos episódios e tive o sentimento de vergonha alheia. As duas notas da Folha comentavam sobre uma pesquisa de opinião sobre “Amor e Revolução”, que apontou uma estranheza da população pela novela tratar os militares como vilões, enquanto os comunistas são vistos como heróis.
O que chamou a minha atenção é o fato que a nota comprova o quanto a história recente do país é abordada de um ponto de vista claro, bem definido: O golpe civil-militar de 1964 foi uma revolução redentora, que serviu para manter a “ordem” e “paz”, cujos todos os meios aplicados estavam pautados na justiça. Ou seja, A história ensinada ignora a violência do Estado Brasileiro, assim como aplicada pelos grupos armados contrários ao regime, tinham um contexto, que o presente precisa compreender o passado, mais do que separar em vilões e heróis.
O passado recente, precisa ser observado e interpretado com bases sólidas, não faço referência somente à dinâmica acadêmica, como aponta Beatriz Sarlo e os seus seguidores, mas como uma base interpretativa baseada nos direitos humanos. Quem sabe, seja aí um caminho para o passado não se torne uma manifestação de ódio no tempo presente.
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