sábado, 4 de junho de 2011

A inversão do peleguismo momentâneo

No momento final da minha passagem de estudante de história para professor de história, fui obrigado a fazer um juramento da área da História. A situação foi um tanto estranha. Na ocasião veio à memória um juramento feito, quando tinha 11 anos e era escoteiro. O juramento da minha época de moleque falava sobre disciplina e respeitar as autoridades. Espero não ter levado muito a sério aquele juramento. Já o juramento da área da história foi interessante. Um típico discurso de valorização dos direitos constitucionais, ética e outras coisinhas. De certa maneira, agora de acordo com os meus princípios político-ideológicos, o juramento era no mínimo “peleguismo” momentâneo.

Lembro disso tudo porque esses tempos, declarações de professores de história sobre a prisão de Batistti causaram um pavor, trazendo a lembrança o juramento da área da história. As referidas declarações de professores de história levantavam bandeiras favoráveis à extradição do preso político italiano Cesare Battisti. Os argumentos de uma tosquice sem dó, como “matou tem que pagar” ou “A Itália tem democracia, não era preciso a luta armada”. Falas soltas e irresponsáveis para os-as atuadores-as da área da história. Nem fazia uso de verborragias sociológicas retiradas da orelha de algum livro clássico. Era um típico lixo escrito por leitor da Revista Veja. Sabe, no mesmo momento, jogavam fora o juramento da área de história, invertiam o peleguismo momentâneo por uma opção declaradamente política conservadora e contrária aos princípios básicos e fundamentais dos direitos humanos.


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