sexta-feira, 24 de junho de 2011

A greve no setor da educação

Eu sou professor de história e não estou em greve ao lado dos professores da Rede do Estado de Educação de Santa Catarina. A minha ausência na greve ocorre por não ser um professor da rede pública, mas da rede privada, porém, é um fato que não excluí a possibilidade de solidariedade com os professores em greve.

Faço a constatação não como uma experiência teórica do problema da educação no Estado de Santa Catarina. É uma experiência prática de 8 meses atuando como professor de história do Centro de Educação de Jovens e Adultos e em estágio no Colégio Senador Rodrigo Lobo, ambas em Joinville. No percurso, experimentei o suficiente para firmar uma posição pública sobre a questão.

Encontrei estruturas físicas dos espaços formais de educação abandonados, cujos problemas elétricos colocavam em risco as vidas dos profissionais da educação quanto dos educandos.

As bibliotecas escolares faltavam profissionais especializados. O acervo composto por doações individuais de moradores da comunidade que a Escola está inserida, ou da iniciativa privada, esta faz as doações de acordo com os seus interesses ideológicos, de certo modo, à educação pública ganha, paulatinamente, a dinâmica da iniciativa privada.

As direções escolares são cargos políticos. Onde habitualmente ocorrem os mandos das ordens políticas partidárias estabelecidas em acordos sem participação direta dos reais interessados, a população. Assim, professores que aceitam o autoritarismo político partidário passam atuar como agentes contra a educação de fato pública. Onde, em vários casos, se torna comum a ruptura com os parâmetros curriculares e conceituais toscamente construídos coletivamente.

A luta dos trabalhadores na educação estadual é pelo Piso Salarial, que liga diretamente as outras demandas. Questão que não descaracteriza a reivindicação, pelo contrário, demonstra a amplitude na trajetória do fazer a educação.

É o dever de cada um demonstrar a solidariedade. Pois, como ensinaram os Wobblies (apelido dado aos filiados ao IWW – Trabalhadores Industriais do Mundo), a luta contra exploração dos trabalhadores é um dever de todos os trabalhadores, já que a lógica do trabalho está condicionado a maioria ao sofrimento, ao desgaste e a exploração do coletivo, enquanto a ordem das coisas funciona em nome dos interesses individuais e dos Partidos Políticos no comando.

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