A XXXVIII Olimpíadas Interna do Colégio Bom Jesus está no sétimo dia. Mesmo com os dias chuvosos, ocorrendo o adiamento de modalidades, entre elas o atletismo, a meninada não desanima, faz valer cada momento. É claro que não em todas as modalidades, alguns preferem o futebol em detrimento da recreação em forma de gincana. Mas, de todo modo, todos estão contemplados, inclusive os que entendem como uma boa razão para ficar fora da sala de aula.
O meu envolvimento mais direto ocorre com as turmas da 5ª séries, meninada que tenho quatro aulas semanais, enquanto as 6ª séries da manhã e da tarde e a 7ª e a 8ª da tarde, tenho duas aulas semanais. Por conta desse maior envolvimento com as turmas das 5ª, acabei sendo escolhido como padrinho da 5ª série A, recebendo uma camiseta da sala com o número 37 e nome de Dindo Maikon. Também ocorreram cobranças de outras 5ª séries que mantive o diálogo amenizando o possível conflito.
Logo na abertura das Olimpíadas, na quinta-feira da semana passada, fui acometido por tosse e gripe. Na madrugada de segunda-feira pra terça-feira a gripe e a tosse aumentaram, acompanhada de febre e vômitos. Resultado foi a terça-feira e a quarta-feira de cama, acompanhada de algumas visitas ao médico e a farmácia. Acabei não indo ao Colégio, deixando a meninada da 5ª A sem a presença do Dindo que eles e elas escolheram.
Agora são 11hs: 13 min de quinta-feira, acabo de voltar do Colégio, precisava ir até o Colégio, explicar a equipe diretiva, cumprir o meu horário de trabalho e dedicar atenção a quem realmente precisava (e precisa de atenção). Faço referência a meninada da 5ª A (assim como toda a meninada do Colégio). A equipe diretiva falou que preciso de repouso, que a cama deveria ser o meu destino, professores e professoras deram atenção. Hoje, na sala de professores-as, e fora dela, foi impressionante o carinho transmitido por toda equipe de profissionais do Colégio.
O que me levou a escrever não foi a XXXVIII Olimpíadas Internas do Colégio Bom Jesus, apesar de existir uma relação. Gostaria de narrar a afetividade, o carinho, o amor, a vontade de dizer e as ações da meninada da 5ª A, os meus afilhados e as minhas afilhadas. Por conta da nossa aproximação, entre eles circulou a razão da minha ausência na terça-feira e na quarta-feira.
Ainda pouco, ao nos encontramos, cada um, a sua maneira, buscou demonstrar o seu carinho. Uma menina falou quanto está preocupada com minha saúde, numa postura e fala um tanto adulta. Um menino, da rapaziada que classifico como “os marrentos”, informou onde vencemos e perdemos. Acompanhado de uma análise da derrota no basquete e do bom jogo de futsal, seguido de vitória, é claro.
Outra menina sentou ao meu lado, falou da minha roupa, do meu cabelo nunca penteado. Comentários carinhosos, que representavam a sua inquietação com o diferente. Em mim, lembrou que ali, entre as crianças, sou o diferente, sou o adulto, sou o professor e não o amigo. Porém, nunca deverei escamotear o carinho e o afeto. Como escreveu Allen, o carinho sempre deve ser dado sem esperar nada em troca. Pois, quando menos se espera, o carinho estará a sua frente sorrindo como uma criança da 5ª série A (ou da B, da C ou da D).
Um comentário:
Lindo este momento :)
Postar um comentário