quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Diário de classe – III

Ao visitar o blogue da L&PM Editores, lembro o quanto Eduardo Galeano fala da meninada, tanto nos aspectos do cotidiano da vida na família e na escola.

"A extorsão, o insulto, a ameação, o cascudo, a bofetada, a surra, o açoite, o quarto escuro, a ducha gelada, o jejum obrigatório, a comida obrigatória, a proibição de sair, a proibição de se dizer o que se pensa, a proibição de fazer o que se sente, e a humilhação pública são alguns dos métodos de penitência e tortura tradicionais na vida da família. Para castigo à desobediência e exemplo de liberdade, a tradição familiar perpetua uma cultura de terror que humilha a mulher, ensina os filhos a mentir e contagia tudo com a peste do medo.

- Os direitos humanos deveriam começar em casa - comenta comigo, no Chile, Andrés Domínguez." - O livro dos Abraços.


"Dia após dia nega-se às crianças o direito de ser crianças. Os fatos, que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana. O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que se acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo. E os do meio, os que não são ricos nem pobres, conserva-os atados à mesa do televisor, para que aceitem desde cedo, como destino, a vida prisioneira. Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças." Retirado do livro - De pernas pro ar.

É véspera do dia dos professores e das professoras, se passaram dois dias do dia das crianças. Eu deveria lembrar do quanto é dolorida e não é reconhecida a nossa profissão.

Não escrevo nada disso. Pois, não é possível falar positivamente de maneira geral dos professores e das professoras quando não reconhecemos, em todos os aspectos, os direitos e o respeito que a meninada precisa receber em todos os seus dias


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