O homem mais velho, um espalhador de frases prontas. Um hábito, quase um vício. Os mais novos acreditavam numa trajetória de vida de andanças pelo mundo cão, efeito que o colocava na condição de um sábio, do balcão já detonado.
Ontem a noite, quando no bar do seu Arno, no final da Rua Modelo, o Homem disse; “Aqui, o mais bobo, acende o cigarro no relâmpago”.*
Um outro homem, também de anos percorridos pelo mundo cão, mas que era partidário do silêncio, resolveu falar; “Aqui, o mais esperto, não viu a vida passar a sua frente”.
Nas últimas vinte e quatro horas ninguém mais ouviu uma frase pronta, exceto um bom dia, boa tarde ou boa noite. Entre os mais jovens, dos quais o balcão ainda não é direito conquistado, a ansiedade é de ouvir as histórias do ex-silencioso, pois quando um vai ao silêncio, alguém precisa narrar.
*A presente frase foi roubada de um conto do escritor João Antônio
Ontem a noite, quando no bar do seu Arno, no final da Rua Modelo, o Homem disse; “Aqui, o mais bobo, acende o cigarro no relâmpago”.*
Um outro homem, também de anos percorridos pelo mundo cão, mas que era partidário do silêncio, resolveu falar; “Aqui, o mais esperto, não viu a vida passar a sua frente”.
Nas últimas vinte e quatro horas ninguém mais ouviu uma frase pronta, exceto um bom dia, boa tarde ou boa noite. Entre os mais jovens, dos quais o balcão ainda não é direito conquistado, a ansiedade é de ouvir as histórias do ex-silencioso, pois quando um vai ao silêncio, alguém precisa narrar.
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