Quantos usuários do transporte coletivo de Joinville conhecem a linha Simão Kruger? É desnecessária uma estatística sobre a questão. Quem usa a linha poderá confirmar que são poucos, ao menos fazendo um calculo imaginário com os números de usuários: a maioria são moradores da região entre os Bairros Floresta e Petrópolis, todos trabalhadores e estudantes que atravessam a cidade para fazê-la.
Torna-se preciso situar a linha Simão Kruger para as pessoas que desconhecem a linha, é possível que até os técnicos da PMJ, Prefeitura Municipal de Joinville, desconheçam o micro-ônibus que circula de segunda-feira a sexta-feira, entre a 5hs: 52 min até 23hs: 30 min, num total de 22 circulações. Aos sábados o funcionamento fica das 06hs: 05 min até 13hs: 01 min, num total de 10 circulações. Aos domingos não funciona.
O local de saída da linha é o Terminal Sul e segue pelas ruas Augusto E. Boettcher, Erich Schattschneider, São Bonifácio, Pinheiro Preto, São J. do Serrito, Aimorés, Caruaras, dos Tupiniquins, Simão Kruger, Augusto E. Boettcher, Santa Catarina, Ary Barroso e o Terminal Sul. O trajeto é curto, em horário de maior movimento dura por volta 12 minutos. A linha é fundamental para os moradores da localidade, pois é utilizada para ir ao trabalho, aos estudos e as situações de lazer.
Eu, usuário diário da linha, reconheço os problemas da linha, porém é possível que a empresa Gidion, que administra a linha, e os técnicos e fiscais da PMJ não os conhecem, mesmo que reclamações já foram encaminhadas a Empresa Gidion e PMJ. Por isso, vou contar os problemas.
1) O horário é pouco. Por exemplo, aos sábados a linha termina às 13hs: 01 min. Voltando a funcionar às 5hs: 52 min de segunda-feira. Ou seja, aos sábados e domingos os moradores da localidade ficam isolados, dependendo de carros particulares. Aos sem carros resta subir e descer morros sem calçamentos, quando é dia de chuva, o momento será molhado e sujo.
2) Existe um único abrigo para esperar o ônibus. Os pontos de parada de ônibus são quase 10. O abrigo está abandonado pelo poder público e pela empresa. Os cuidados, como a instalação de um banco e a limpeza, são feitos pelos moradores. Os demais pontos de parada de ônibus não existem. Em dias de chuva nos resta esperar debaixo de um guarda-chuva, se o mesmo resistir aos ventos.
3) O micro-ônibus é apertado. Em dias de chuva o número de usuários aumenta. Mesmo os usuários tomando o máximo de cuidado, o espaço fica reduzido, causando problemas dos guarda-chuvas dos usuários molharem os demais ocupantes do ônibus.
4) A linha é dirigida por novos motoristas. A Empresa Gidion altera os motoristas todos os meses, geralmente são motoristas inexperientes, onde fica visível a falta de treinamento dado pela a Empresa Gidion, já é rotina os usuários ensinarem as ruas a seguir com o ônibus. A responsabilidade não é do motorista, um trabalhador como nós, mas do empregador, a Gidion. Acaba deixando seus trabalhadores em situação de risco, ao mesmo tempo os usuários.
Os quatros problemas foram identificados por um único usuário. É possível que outros usuários identificarem outros problemas. Assim como diferentes soluções poderão surgir.
As minhas soluções são simples:
1) Aumentar os horários, expandindo para os sábados e domingos.
2)Construir abrigos em todos os pontos.
3)Em dias de chuva colocar a disposição um ônibus convencional.
4) A Empresa Gidion melhorar os treinamentos dos seus trabalhadores, enquanto a PMJ fiscalizar o processo de treinamento.
Os problemas da linha Simão Kruger fazem parte de um outro maior, que é a condição do livre exercício de ir e vir na cidade de Joinville. As empresas Gidion e Transtusas, concessões públicas cedida pela PMJ, estão há mais de 40 anos fazendo de um direito de toda população uma fonte de riqueza particular. Sempre com o aval das diferentes gestões que passaram na PMJ. Se olharmos como os aumentos são concedidos, sempre os beneficiados são as empresas, aos usuários resta pagar, pagar e pagar.
Uma saída para a questão do transporte coletivo urbano de Joinville é a construção de projeto de transporte público de verdade, onde os usuários tenham vozes ativas, amparados em discussões técnicas e políticas, visando a máxima gratuidade no transporte, como já acontece em outros setores. Ao mesmo tempo visando à qualidade e o controle público, nada de duas famílias ficarem ricas com o direito de todas as pessoas de irem ao trabalho, a escola, ao teatro, ao cinema, assim condicionando cada ida um ato de fazer nós mesmas, logo, fazer a cidade.